terça-feira, 19 de junho de 2012

A MEDIDA PERFEITA – PARTE 2

UMA SEQUÊNCIA MISTERIOSA E UMA CONEXÃO SURPREENDENTE
*Atenção! Não leia esta parte sem antes ter lido a primeira.
Se a Matemática é a mais perfeita das ciências não é de surpreender que o Criador do Universo tenha autenticado Suas obras com a prodigiosa arte dos números.
Com a descoberta da Razão Áurea, ou seja, o ponto entre A e B que harmoniza AB com AC e CB, estudiosos de diferentes áreas aprofundaram suas investigações em busca de mais maravilhas. O surpreendente é que, mesmo não estando pesquisando nada sobre o Número Phi, muitas vezes os estudiosos se depararam com esse número misterioso.
Para muitos o que faz a Matemática ser tão interessante é o fator surpresa. Você está calculando algo, com um objetivo definido e, de repente, acaba encontrando o que não esperava, levando você a uma descoberta ainda mais fascinante. Como um exemplo espetacular, vejamos hoje a história de Fibonacci.
Se você, como estudante, nunca ouviu falar sobre esse homem (Leonardo Fibonacci), pode ter certeza de que boa parte de sua educação matemática foi comprometida.
Leonardo de Pisa, também conhecido como Leonardo Fibonacci, foi um estudioso italiano, conhecido principalmente por divulgar os sinais dos algarismos no Ocidente. Como se sabe, os algarismos foram inventados na Índia e Fibonacci trouxe essa novidade para o Ocidente (mais detalhes sobre ele veja, por exemplo, na Wikipedia).
Bem, certo dia Fibonacci estava preocupado em decifrar um probleminha matemático:
“Um homem pôs um par de coelhos num lugar cercado por todos os lados por um muro. Quantos pares de coelhos podem ser gerados a partir deste par em um ano se, supostamente, todo mês cada par dá a luz a um novo par, que é fértil a partir do segundo mês?”
Parecia ser apenas mais um daqueles enigmas matemáticos que os professores lançam sobre os estudantes para que estes “quebrem a cabeça” por algum tempo, o tempo adequado para o mestre tomar um copo d’água, ir ao banheiro ou cochilar um pouco.
Fibonacci calculou. No primeiro mês, o casal de coelho continua sozinho. No segundo mês, o casal torna-se fértil. No terceiro mês, dá a luz a um novo casal. No quarto mês, o primeiro casal torna a gerar outro casal, enquanto que o segundo casal ainda não está fértil. Até agora temos 3 casais de coelhos.

No quinto mês, o casal mais velho gera outro casal; o segundo casal gera um casal, e o terceiro casal ainda não gerou nada. Temos, portanto, 5 casais de coelhos. Bem, olhem a tabela.

Mês
Casal de coelhos
1
1
2
1
3
2
4
3
5
5
6
8
7
13
8
21
9
34
10
55
11
89
12
144

Portanto, num ano, o homem dos coelhos teria 144 casais de coelhos. Bem, parece apenas um probleminha ridículo. Mas então Fibonacci notou uma coisa. Cada número seguinte é igual à soma dos dois anteriores. Por exemplo, 8 é 5 + 3; 13 é 5 + 8; 89 é igual a 55 + 34, etc.
Essa seqüência numérica (1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, ...) passou a ser chamada de Seqüência Fibonacci.
É um padrão interessante. Mais tarde esse matemático italiano notou que essa mesma seqüência numérica era mais freqüente na natureza do que se podia imaginar. Muitas plantas e árvores têm os galhos nessa seqüência: 1, 2, 3, 5, 8, e assim por diante. Muitas flores seguem essa seqüência. Por exemplo, as margaridas geralmente tem 34, 55 ou 89 pétalas. Encontramos essa seqüência nos abacaxis, nos girassóis, na quantidade de abelhas fêmeas e abelhas machos em qualquer colméia, etc.
Espera aí! Alguém lembrou do número PHI? Qual a relação entre a seqüência de Fibonacci e o número 1,618?
Não se sabe ao certo quem fez essa descoberta primeiro, mas em 1611, o famoso astrônomo alemão Johannes Kepler ficou perplexo ao descobrir que, se dividirmos os números de Fibonacci, cada um pelo seu anterior, o resultado convergirá para o número da razão áurea. Vejam:
1

1
1
2 / 1
2
3 / 2
1,5
5 / 3
1,66666666666667
8 / 5
1,6
13 / 8
1,625
21 / 13
1,61538461538462
34 / 21
1,61904761904762
55 / 34
1,61764705882353
89 / 55
1,61818181818182
144 / 89
1,61797752808989
233 / 144
1,61805555555556
377 / 233
1,61802575107296

A conexão entre a seqüência Fibonacci e o número PHI (1,618033...) despertou ainda mais o interesse dos estudiosos por essa proporção misteriosa.
UMA ESTRANHA COINCIDÊNCIA
Todos os números de Fibonacci que podemos encontrar no nosso calendário (nos números dos dias):
1, 2, 3, 5, 8, 13 e 21
Todos os números de Fibonacci que podemos encontrar em nosso calendário (no número de ordem dos meses):
1, 2, 3, 5, e 8, referentes aos meses de janeiro, fevereiro, março, maio e agosto, respectivamente.
Só existem as seguintes cinco possibilidades para coincidir números de Fibonacci consecutivos com os dias e meses do nosso calendário:
13/8 (13 de agosto)
8/5 (08 de maio)
5/3 (05 de março)
3/2 (03 de fevereiro)
2/1 (02 de janeiro)
Não existe 21/13.
Das cinco possibilidades apresentadas, quais mais se aproximam da Razão Áurea?
13/8 = 1,625
8/5 = 1,6
5/3 = 1,666
3/2 = 1,5
2/1 = 2
As três possibilidades que mais se aproximam da Razão Áurea são: 13/8, 8/5 e 5/3. E destes, 13/8 está ainda mais próximo.
Agora, olhando no nosso calendário, de 365 dias, quais os dias do ano mais se aproximam da Razão Áurea?
365
219
1,666667
07/ago
365
220
1,659091
08/ago
365
221
1,651584
09/ago
365
222
1,644144
10/ago
365
223
1,636771
11/ago
365
224
1,629464
12/ago
365
225
1,622222
13/ago
365
226
1,615044
14/ago
365
227
1,60793
15/ago
365
228
1,600877
16/ago
365
229
1,593886
17/ago
365
230
1,586957
18/ago
365
231
1,580087
19/ago
365
232
1,573276
20/ago
365
233
1,566524
21/ago
Exatamente os dias 13 e 14 de agosto (mês 8)!!!
Explicando melhor: a Razão Áurea fica exatamente entre os dias 13 e 14 de agosto, e 13/8 são dois números de Fibonacci. Por isso que a Matemática é surpreendente.
OUTRA CONEXÃO BÍBLICA
Qual a hora mais importante e mais simbólica para o Cristianismo? Certamente você pensou nas 6 da tarde, a chamada “hora da Ave Maria”. Mas, apesar de boa parte da cristandade venerar essa hora como uma hora de orações e reflexões, a hora mais importante para os primeiros cristãos é outra.
“E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até a hora nona. Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (...) De novo bradou Jesus com grande voz, e entregou o espírito.” (Mateus 27.45,46,50)
“Pedro e João subiam ao templo à hora da oração, a nona.” (Atos 3.1)
“Então disse Cornélio: Faz agora quatro dias que eu estava orando em minha casa à hora nona, e eis que diante de mim se apresentou um homem com vestiduras resplandecentes,...” (Atos 10.30)
Bem, a hora NONA foi o momento dramático em que Jesus morreu na cruz. Certamente devido a isso, um momento de grande impacto e simbolismo para o Cristianismo, os primeiros cristãos passaram a se reunir para orar nessa hora.
No nosso relógio, essa HORA NONA equivale às TRÊS HORAS da tarde.
Agora, a surpresa:
Num dia de 24 horas, que hora seria mais próxima da Razão Áurea?
24
1
24

24
2
12

24
3
8

24
4
6

24
5
4,8

24
6
4

24
7
3,428571

24
8
3

24
9
2,666667

24
10
2,4

24
11
2,181818

24
12
2

24
13
1,846154

24
14
1,714286

24
15
1,6
15 horas
24
16
1,5

24
17
1,411765

24
18
1,333333

24
19
1,263158

24
20
1,2

24
21
1,142857

24
22
1,090909

24
23
1,043478

24
24
1


15 horas – a hora em que Jesus morreu em favor da Humanidade. Deixe-me repetir: Entre as 24 horas que formam um dia completo, as 15 horas dividem exatamente o tempo na Razão Áurea. Ou seja:
24 horas dividido por 15 horas é exatamente 1,6;
15 subtraido de 24 sobram 9. Bem, 15 dividido por 9 dá 1,666666...
Em outras palavras: Matematicamente falando, 24 está para 15 assim como 15 está para 9, ou seja, na Proporção Áurea.
Será que isso são apenas coincidências?
Ó Senhor, quão multiformes são as tuas obras! Todas elas as fizeste com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas.” (Salmo 104.24)
Moacir R. S. Junior - morganne777@hotmail.com

* Em breve: “A MEDIDA PERFEITA – PARTE 3

Nenhum comentário: